domingo, 4 de janeiro de 2009

Balanço 2008 - Futebol do RJ (parte II)

Após a primeira parte do balanço dos clubes do RJ em2008 tratar do rubro-negro, agora vamos com o alvi-negro da estrela solitária.


Botafogo - E ninguem levava grande fé no clube da General Severiano. Muitos jogadores abandonaram o barco em 2007 e, os poucos que chegavam, não contavam com o prestígio do público, como Wellington Paulista. Mas havia o que os torcedores e a diretoria, em geral, consideravam um trunfo: a permanência do técnico Cuca.

Mas, contando com a ajuda do regulamento (juntamente com os outros grandes, que só jogariam em seus estádios), o Botafogo surpreendia. Uma boa campanha no campeonato estadual se desenhava. O time chegou a final da Taça Guanabara, perdendo para o Flamengo, que contava com um elenco superior, em um jogo muito polêmico. Aliás, jogo tão polêmico que um episódio após este viria trazer uma marca incômoda ao clube: a fama de chorão. Finda a partida, em uma cena ridícula, patética, diretoria, comissão técnica e jogadores, em um circo armado pelos próprios, foram chorar os supostos erros de arbitragem na entrevista coletiva. Tal acontecimento ficou conhecido como "chororô" e acompanhou (e incomodou) o Botafogo durante todo 2008 e, provavelmente, irá acompanhar por longo tempo, recebendo a (justa) fama de time chorão.

Passado isso, o elenco conseguiu se recuperar ao longo da Taça Rio, vencendo-a e se credenciando para a final, onde, desta vez o time rubro-negro não deu chances ao rival e venceu por 4 x 1 na soma dos resultados. Neste momento, Cuca pede demissão mediante a total falta de clima para prolongar sua estadia no clube.

Na Copa do Brasil, o Botafogo veio fazendo boa campanha, porém foi eliminado nas semi-finais pelo Corinthians, então na Série B, na disputa por pênaltis.

Cotado para brigar por lugares medianos na tabela, o alvi-negro começou o campeonato brasileiro indo um pouco abaixo destas expectativas, caminhando um pouco acima da zona de rebaixamento. Até que o treinador Geninho foi demitido e, para seu lugar veio, sob muitos olhares de desconfiança, o ex-treinador do rival Flamengo, Ney Franco. E levou pouco tempo para Ney Franco mostrar que estavam errados os pessimistas. Com uma boa sequência de vitórias quando se aproximava a metade do campeonato, o time deslanchou na tabela, chegando a entrar na zona de classificação para a Libertadores. Além disso, o ótimo meia Carlos Alberto, emprestado pelo Werder Bremen-ALE, chegava e fazia boas partidas.

Porém o efeito não se mostrou duradouro, e o Botafogo passou a se apresentar como uma das equipes mais imprevisíveis da Série A, podendo alternar boas exibições com pífios desempenhos. Deste modo, foi descendo pela tabela até firmar posição na zona central desta, ou seja, sem correr qualquer risco de rebaixamento, porém sem também aspirar a uma vaga na Libertadores, terminando na sétima posição, com uma inesperada vitória sobre um Palmeiras que brigava (e conseguiu) uma vaga na mais importante competição continental, ajudando assim o rival Flamengo, o qual não soube aproveitar esta ajuda.

Mas é importante ressaltarmos o caos que marcou o fim de ano do clube, com os salários atrasados em mais de três meses, o que fez com que Carlos Alberto, baseado em dispositivos legais, abandonasse o clube.

Vale lembrar também do peculiar acontecimento na partida contra o Náutico, em Recife, pelo turno, onde o zagueiro André Luís se envolveu em uma grande confusão, inclusive com a PM pernambucana, chegando a ser preso.

Nesse meio tempo, houve a disputa da Copa Sulamericana, onde o Botafogo teve campanha discreta. Depois da fase inicial, bateu o fraquíssimo América de Cali-COL para ser derrotado nas quartas-de-final pelo mediano Estudiantes do craque argentino Verón. E mais um episódio pitoresco envolveu o clube da estrela solitária... O mesmo André Luís, protagonista do rebu em Recife, nos proporcionou mais um momento de loucura, quando, percebendo que iria levar o segundo cartão amarelo, e por consequência, o vermelho, arrancou das mãos do árbitro o cartão amarelo e aplicou-o a vossa senhoria.

Em suma, o ano alvi-negro, em termos de desempenhos, foi bem não-fede-nem-cheira, conseguindo campanhas já esperadas, não chegando a nenhum título, porém não proporcionando zebras homéricas. Mas, em termos de motivos para gozação... o episódio do chororô e as peripécias do excêntrico zagueiro André Luís garantiram boas risadas aos rivais por longos anos.


Pontos Positivos:

* O time se acertar com Ney Franco.
* Fim da era de Bebeto de Freitas que, embora não tenha trazido títulos importantes, promoveu uma reorganização do clube, longe do ideal, mas não beirando o caos.
* Consolidação do Engenhão como casa alvi-negra.
* Conquista da Taça Rio.

Pontos Negativos:
* Mais um ano sem qualquer título.
* Excesso de atraso de salários.
* Divisões de base abandonadas (leia-se o Centro de Marechal Hermes)
* Perda de importantes jogadores ao fim da temporada.
* Baixíssimos públicos no Engenhão.

Este foi o Botafogo em 2008. O próximo é o Fluminense. Até mais!

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