sábado, 10 de janeiro de 2009

Balanço 2008 - Futebol do RJ (Parte III)

Depois do Botafogo, dessa vez é hora de ver o 2008 do tricolor das Laranjeiras marcado pelos altos e baixos.



Fluminense - O ano de 2008 se mostrava promissor para o Fluminense. O clube, que havia vencido a Copa do Brasil em 2007, havia se habilitado para a disputa da Taça Libertadores da América, competição da qual estava distante a 25 anos. E com este incentivo, além de manter no elenco bons jogadores do ano anterior, como o meia Thiago Neves e o excelente zagueiro Thiago Silva, fez algumas ótimas contratações, como Conca, Leandro Amaral e o centroavante Washington. o Comandante era o mesmo do ano anterior: Renato Gaúcho.

Se no Campeonato Carioca o time não empolgou, não vencendo nenhum turno, registrando somente alguns poucos bons momentos, como a vitória por 6 X 0 sobre o América-RJ, na Libertadores, competição prioritária, o time ia de vento em popa, vencendo quatro partidas das seis da primeira fase e terminando esta como o time de melhor campanha do torneio, o que o credenciava a jogar sempre as segundas partidas dos mata-matas em casa, caso fosse a final.

E vendo seu antes pouco confiante goleiro Fernando Henrique fazer excelentes partidas e seus compatriotas caindo pelo caminho, o tricolor foi avançando. Primeiro eliminando o Atlético Nacional-COL, depois o São Paulo em jogo no qual conseguiu o terceiro gol, necessário a classificação, aos 48 minutos do segundo tempo. Nas semi-finais, o temido argentino Boca Júniors de Riquelme, Palermo e Palacio (lembrando que o Boca não pôde usar seu estádio La Bombonera), Pronto, estava o Fluminense na inédita final da Libertadores (na sua única participação até então, em 1985, o clube não havia passado da primeira fase) e entrava como favorito, enfrentando a equatoriana Liga Deportiva Universitaria (LDU), equipe justamente contra a qual o Fluminense havia estreado e empatado em 0 x 0 em Quito.

Enquanto isso, o Fluminense assistiu seu praticamente auto-ignorado fim no Campeonato Carioca com uma derrota por 1 x 0 para o Botafogo na final da Taça Rio e, depois, a dez igualmente desprezadas rodadas do Campeonato Brasileiro, nas quais o clube atuou em praticamente todas com o time reserva, amargando a lanterna da competição. Porém isto não soava como problema para o falastrão treinador Renato Gaúcho, que afirmava que iria vencer a Libertadores e depoois somente brincar no Brasileiro. Outro fato importante a lembrar é o retorno do atacante Leandro Amaral ao Vasco, já que a Justiça do Trabalho considerou sua transferência irregular.

Chegou o tão esperado primeiro jogo da final da Libertadores, em Quito. Porém, a LDU não tomou conhecimento do tricolor, aplicando um resulado de 4 x 2 e, por azar, não conseguiu um placar mais elástico. Para a partida no RJ, o treinador afiou ainda mais a língua, dizendo que o time faria os gols necessários e que dava como certo o título.

Em uma partida muito tensa, na qual a LDU inaugurou o marcador, brilhou durante os 90 minutos a estrela do meia Thiago Neves, que fez excelente partida e marcou três gols, igualando a diferença do resultado de Quito. Na prorrogação, nada de muito destaque, exceto uma arrancada de mais de 50 metros de Guerrón nos acréscimos que poderia significar o gol do título equatoriano, porém o zagueiro e capitão Luís Alberto "trocou" o gol pela sua expulsão fazendo falta como último homem.

Nos pênaltis, o grande nome foi o veterano goleiro Cevallos, defendendo as cobranças de Conca, Washington e de Thiago Neves. Deste modo, a LDU conquistava o primeiro título internacional da história do futebol equatoriano e o Fluminense e sua torcida choravam, tendo que agora voltar suas aenções para o Campeonato Brasileiro, onde o clube estava em uma nada cômoda lanterna isolada.

Porém dois fatores prejudicaram uma recuperação (e a brincadeira do treinador): Um foi o desmanche do elenco com a janela de transferências européias causando algumas baixas de importantes peças. Outro foi a "ressaca" pela perda da competição sulamericana. O Fluminense demoraria muito para tirar a diferença para seus concorrentes da zona da degola, sair desta e conseguir se reorganizar. Na verdade, o clube conviveu com a ameaça de rebaixamento até as últimas rodadas. Neste meio tempo, o brincalhão Renato Gaúcho foi demitido e, para seu lugar, contratado Cuca, que vinha de péssimo trabalho no Santos. E seu trabalho nas Laranjeiras foi tão ruim quanto o no Peixe, sendo substituído por Renê Simões. E pode-se dizer que a diretoria acertou bem a mão, pois o treinador conseguiu desenvolver um bom trabalho, obteve importantes vitórias e trouxe a tranquilidade para que o clube chegasse a última rodada sem qualquer ameaça de queda para a Série B, ainda assegurando uma vaga na Copa Sulamericana de 2009 mediante um empate com o já rebaixado Ipatinga na derradeira partida da Série A 2008 para o tricolor.

Enfim, 2008 teve tudo para ser o grande ano da história do Fluminense, que quase conseguiu o que seria a mais importante conquista da sua história, mas toda a atenção que dedicou a esta o fez perder qualquer foco nas outras competições, chegando a correr sérios riscos de rebaixamento, conseguido com seu brincalhão ex-treinador, que, após sair do Fluminense, foi para o Vasco da Gama. Mas sobre o clube da colina, conversaremos no próximo capítulo.


Pontos Positivos:
* A belíssima campanha na Libertadores, onde o tricolor se mostrou forte e superou as expectativas de todos.
* Contratações bem feitas no começo do ano, como Washington e Conca.
* Fortalecimento da marca Fluminense no exterior, com o desempenho na Libertadores.
* A afirmação de Thiago Silva como um dos melhores jogadores atuando na América em 2008.

Pontos Negativos:
* O desleixo com que encarou as outras competições que não a Libertadores, passando longe de qualquer título em 2008.
* A perda de importantes jogadores no meio do ano, como Thiago Neves e Cícero.
* A demora para o time se acertar na Série A.
* Todo o discurso arrogante, nada realista e nada eficiente do treinador Renato Gaúcho.
* A perda de importantes jogadores ao fim do ano, como Washington e Thiago Silva.
* A perda da batalha judicial com o Vasco por Leandro Amaral, com o jogador tendo que se reapresentar ao seu time anterior.

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